A ‘guerra às drogas’ e a segurança em Portugal

Portugal​ é o 5º país mais seguro do mundo, segundo uma publicação chamada Global Peace Index 2016, cujo primeiro lugar é ocupado pela Islândia. Estados Unidos ficam em 103º lugar, apenas duas posições acima do Brasil, no 105º lugar. Para chegar ao índice, foram analisados 23 fatores, que são divididos em 3 temas gerais: o nível de proteção e segurança na sociedade, a extensão dos conflitos internacionais e domésticos e o grau de militarização dos países.

Global Peace Index 2016
Um dos fatores mais interessantes da política de segurança pública portuguesa é, sem dúvida, a maneira com que o país lida com as drogas.

No documentário “O Invasor Americano” (disponível também no Netflix), Michael Moore viaja para vários países observando as melhores práticas de outros povos, a fim de “roubá-las” e leva-las para os Estados Unidos.  Ele parece encantado ao ouvir o ministro da saúde de Portugal falando acerca da política sobre drogas, que já dura 15 anos e é consenso no país, na qual a posse e o uso de drogas não são criminalizados, constituindo apenas um delito administrativo. O ministro lembra ainda a Moore que não adianta apenas descriminalizar as drogas, sendo também necessário constituir um sistema de saúde universal e gratuito para todos. É importante lembrar que os Estados Unidos não possuem um sistema de saúde como o nosso SUS – Sistema Único de Saúde.
Bandeira de Portugal

Mais interessante ainda é quando Moore entrevista dois policiais da Polícia de Segurança Pública - corporação uniformizada, de caráter civil e responsável pelo policiamento ostensivo e investigativo de Lisboa e das áreas urbanas do país. Um dos policiais da PSP, ao ser perguntado sobre o porquê daquelas políticas e daquele tratamento dado aos usuários de drogas, é enfático: “A dignidade da pessoa humana é a coluna vertebral do nosso ordenamento jurídico. E todas as leis têm de ser baseadas com respeito e com observância a esse princípio”. Os policiais ainda fizeram questão de mandar um recado para os colegas policiais estadunidenses, posicionando-se radicalmente contra a pena de morte. “Enquanto permitirmos que haja pena de morte, a dignidade humana não pode ser protegida”, disse um deles.

Michael Moore e policial da PSP


Que possamos tomar como exemplo as políticas públicas sobre drogas de nossos irmãos lusitanos, bem como o espírito dos policiais daquelas terras. Talvez assim possamos nos tornar um pouco mais seguros e pacíficos. 


#Compartilhar:

4 comentários to ''A ‘guerra às drogas’ e a segurança em Portugal"

Comentarios
  1. Muito bom, mas imagino que o resultado da boa segurança pública, neste caso, não esteja baseada APENAS no quesito políticas de drogas. No nosso caso (Brasil) certamente temos outras "variáveis" para considerar.

    ResponderExcluir
  2. Acredito ser esse um grande passo.

    ResponderExcluir
  3. Discordo plenamente, Portugual não é Brasil, temos 60 mil assassinatos e parte deles estão ligados às drogas.
    Se é para legalizar então vamos legalizar as mazelas como corrupção, drogas e etc. Viva George Soros!

    ResponderExcluir
  4. Concordo. Mas a descriminalização das drogas no país precisa muito ser estudada e discutida. A individualização dos casos requer estudos diferenciados, mesmo tomando ações de outrem como exemplo.

    ResponderExcluir

‹‹ Postagem mais recente Postagem mais antiga ››