Movimento Policiais Antifascismo lança manifesto político
Policiais Antifascismo |
O Movimento dos Policiais Antifascismo é um campo de atuação política, não institucionalizada e
suprapartidária, formado por trabalhadoras e trabalhadores do sistema de
segurança pública, representados por policiais civis e militares estaduais e
federais, bombeiros, guardas municipais, agentes penitenciários e do sistema
socioeducativo.
Reunidos nos dias 28 e 29 de setembro de 2017, na cidade do Rio de
Janeiro, em plenária final do I Seminário Nacional dos Policiais Antifascismo,
na sede da OAB-RJ, deliberamos o presente Manifesto, visando divulgar as nossas
pautas e reivindicações para conhecimento de todas as categorias policiais,
movimentos sociais e instituições interessadas na luta antifascismo e na
construção de uma sociedade mais justa.
1) O fascismo é um modo de vida, que se manifesta como reação
violenta de ódio às diferenças. Ele aponta a guerra, as armas e o sistema penal
como solução para problemas sociais, esvaziando as ações politicas que
efetivamente podem realizar transformações sociais. O Movimento Policiais
Antifascismo se coloca, neste momento histórico de crescimento do autoritarismo
no Brasil, como uma força viva contra estas manifestações, na perspectiva da
construção de uma política de segurança pública democrática e pautada na
garantia dos direitos humanos para todos.
2) Policiais devem ser construídos como trabalhadores! O
reconhecimento do direito de greve, de livre associação, de livre filiação
partidária, bem como o fim das prisões administrativas, são marcos nesta luta
contra a condição de subcidadania à qual muitos policiais estão submetidos.
Acreditamos que este é o único caminho pelo qual policiais possam vir a se
reconhecer na luta dos demais trabalhadores, sendo então reconhecidos por toda
classe trabalhadora como irmãos na luta antifascismo.
3) Não estamos em guerra! Qualquer tentativa midiático-policial
de construir tal discurso como política pública tem por objetivo legitimar as
políticas racistas de massacre, promovidas pelo Estado contra a população
negra, pobre e periférica de nosso país. Tal política belicista acaba também
por vitimar policiais, que operam na base das corporações do sistema de
segurança, recrutados nos mesmos estratos sociais daqueles que são construídos
como os seus “inimigos”.
4) A desmilitarização da segurança pública se coloca como uma
pauta urgente. Somos contra a participação das Forças Armadas em ações de
segurança e defendemos a desvinculação das policias militares estaduais como
forças auxiliares do Exército. Não podemos mais aceitar que policiais sejam reduzidos
à condição de soldados, despido de muitos dos seus direitos como cidadãos e
trabalhadores, ao mesmo tempo em que se estabelece um modelo de segurança
pautado em ações militares violentas e letais contra a nossa população.
5) É preciso por fim às politicas de proibição das drogas, que
tem servido como dispositivo da militarização da segurança, sob o falso
argumento de proteção à saúde pública. As ações militares contra o comércio das
drogas feitas ilícitas acabam por gerar um quadro de destruição e de dor,
principalmente nas populações pobres. A proibição das drogas mata mais do que o
consumo das drogas, revelando assim a irracionalidade deste modelo
proibicionista.
6) O Movimento Policiais Antifascismo coloca ainda como urgência
o debate sobre a reestruturação das forças policiais em nosso país, através da
abertura do diálogo horizontal entre todas as categorias de trabalhadoras e
trabalhadores da segurança pública com a sociedade. É preciso discutir a hierarquização das forças policiais, que cria um sistema
de castas que permite privilégios àqueles que estão nas cúpulas, em detrimento
do trabalho árduo e sem proteção daqueles que estão em contato com o dia a dia
da população. Pautas como o ciclo completo, carreira única, unificação das
policias, entre outras, que hoje tramitam em projetos de emendas
constitucionais do Congresso, devem ser amplamente discutidas por todas as
categorias policiais e não apenas no interesse daquelas que se encontram na
direção e comando destas corporações.
7) Entendemos, por fim, que estas pautas e reivindicações
atendem aos interesses das classes policiais trabalhadoras, bem como aos
anseios de todos os setores progressistas da sociedade, que desejam e lutam por
uma vida não fascista em uma sociedade justa e igualitária.
parabens! conta comigo
ResponderExcluirFeliz em saber que encontrei um site com policiais pensantes , pois também sou e estou preocupada com a atual conjuntura política em nosso país .
ResponderExcluirDeixa eu entender!!! então quer dizer que vcs querem um estado sem política e sem Polícia (tipo o manifesto comunista de Marx e Angels)??? É isso mesmo ou eu estou louco? E por isso que nós policiais estamos fadados ao fracasso!!!
ResponderExcluirComunismo não é um estado sem polícia ou sem política, mas sim a destruição do estado.
ExcluirO que eles pregam é o socialismo, processo revolucionário que é representado por um estado, que ao mesmo tempo constrói o comunismo.
Jamais poderia imaginar que existiria um site desses. Tinha certeza que no Brasil haveria policiais dignos, com responsabilidade cívica e diferente do estilo "Datena" de ser.
ResponderExcluirQue bom que encontrei vocês. O desafio é enorme, mas de que vale a pena viver sem tentar. Estamos juntos nessa.
ResponderExcluirUm texto e discurso muito sóbrio e responsável. E um alívio saber que, há policiais com consciência de classe e racionais.
ResponderExcluirPerfeito! A guerra às drogas já se mostrou fracassada. É preciso mudar! Ao mesmo tempo faz-se necessário investir em inteligência para investigar e punir os responsáveis na raiz, sem a necessidade de derramamento de sangue nas zonas periféricas. Saudações de um policial civil pensador de Pernambuco.
ResponderExcluirSou filha de um dos maiores apoiadores do fascismo e do Coiso, combato o fascismo e todo tipo preconceito, e vou morrer combatendo isso, atualmente respondo a alguns processos criminais por falar a verdade sobre a vida podre dessas pessoas fascistas. Parabéns pela página, conte sempre comigo.
ResponderExcluirSou inspetora de polícia no interior do RS.O movimento tem meu apoio.
ResponderExcluir
ResponderExcluirEstamos juntos!
Como posso fazer pra ajudar? Existe algum contingente em Fortaleza?
ResponderExcluirAinda há esperança pro nosso Brassil. Por mais policiais desse nível. Que lutam pelo certo. Que acreditam no juramento que fizeram a nossa bandeira. Viva a democracia. Viva o Brasil. O Brasil é dos brasileiros de verdade.
ResponderExcluirParabéns! Espero que ainda esteja aí! Força! Estamos juntos nesta luta!
ResponderExcluirParabéns! Esse pensamento é um ideal a ser buscado por nós.
ResponderExcluirAcredito que a pior coisa a se discutir, seja onde for, é o achismo. Pessoas acham sempre sobre algo através de sua ótica de como ver e pensa o mundo. O que fere os meus princípios não é bom pra ninguém. Isso é raso.
ResponderExcluirEngraçado é essa visuão deturpada sobre o "comunismo". Se você não apoia a direita é "comunista". Dá dó.
Sobre a liberação da "maocnha", é bom pesquisar em sites sérios, onde especialistas comentam até onde a maconha é danosa ou como ela pode ajudar no tratamento de algumas doenças. Ver: https://exame.com/ciencia/33-coisas-que-a-ciencia-ja-descobriu-sobre-a-maconha/ Não dá pra ficar dentro de uma bolha. sugestões que nos leve a uma resolução de problemas são pertinentes. Fazer deboche ou criticar com embasamento do "achismo" é pobre demais. Chega a ser rasteiro.
Odeio o comunismo (não falo aqui que sou comunista, nem que o movimento tenha cunho comunista), sem ao menos saber, estudar, ler o Manifesto Comunista viriu "pandemia". Algo danoso e irresponsável para quem não se dar ao trabalho de pensar, com o uso de referências, e se deixar levar por uma onda. a onda da ignorância.
Acredito que a opressão não edifica. Compreendo , sim que um bom diálogo tem o poder edificador.
ResponderExcluirBoa tarde, esse manifesto, realmente, trata dos principais temas ligado a segurança pública, olha ao meu ver são todos temas muito importante, que devem sim serem colocados em discussão com uma certa urgência.
ResponderExcluirConcordo com o documento
ResponderExcluir