Chefes de polícia querem reduzir encarceramento nos Estados Unidos
Chefes de mais de 130
departamentos de polícias dos Estados Unidos lançaram ontem, 22/10, a “Law Enforcement Leaders to reduce crime and incarceration”, uma associação que quer
reduzir, ao mesmo tempo, o crime e o encarceramento no país. Para isso,
reivindicam mudanças na lei e nas práticas policiais, a fim de construir um sistema
de justiça criminal mais inteligente, forte e justo.
No texto em que fala de sua
missão, a associação revela a crise pela qual passam os Estados Unidos da
América. Atualmente, o país conta com 5% da população mundial e 25% dos
encarcerados do mundo. Caso a população encarcerada formasse um estado, seria o
36º mais populoso. Atualmente, existem 50 estados norte-americanos.
Ainda segundo o texto, muitas pessoas estão atrás
das grades desnecessariamente, o que levou os gastos com o sistema carcerário
estadunidense a um aumento de 400% ao longo de 30 anos. Esse orçamento, diz a
associação, poderia ter sido melhor utilizado em políticas de segurança mais
inteligentes, reinserção social, tratamento mental e sobre drogas para aqueles
que precisam.
A associação é um projeto do Brennan
Center for Justice da Faculdade de Direito da Universidade de Nova York (NYU
School of Law). Entre os membros, um deles é inusitado: William Bratton, ex-chefe
de polícia em Nova York e idealizador do programa Tolerância Zero, responsável
pela grande onda de encarceramento na década de 1990 nos Estados Unidos. (Saiba
mais sobre o Tolerância Zero aqui).
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| William Bratton |
O Policial Pensador se alegra com
a iniciativa e torce para que a Associação siga e proponha caminhos inovadores para
a segurança pública daquele país. Aqui no Brasil, programas como o Tolerância
Zero, já reconhecido como fracasso no país de origem, ainda são alardeados como
solução para os problemas de segurança pública do país. Além disso, a “guerra
às drogas”, o endurecimento de leis penais e o encarceramento em massa seguem
de forma insana, o que nos deixa já com a 4ª maior população carcerária do mundo.
É preciso mudar... Policial é
para pensar!
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