Ceará não envia colaborador para pacto nacional contra homicídios proposto pelo Governo Federal

O Governo Federal, através da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP), órgão do Ministério da Justiça, iniciou os estudos e articulações para a elaboração de um Pacto Nacional Contra pela Redução de Homicídios. O Pacto tem como objetivo reunir propostas e iniciativas da União, estados e municípios, com vistas à redução em 5% do número de homicídios dolosos – aqueles no qual há a intenção de matar. “Nós estamos chamando a um pacto, e chamar a um pacto não significa responsabilizar esse ou aquele, significa todos assumirem uma responsabilidade”, disse a secretária nacional Regina Miki, em entrevista.

Regina Miki, secretária nacional de segurança pública
Com a intenção de iniciar a discussão sobre a construção de uma política, bem como de ouvir os entes dos diversos estados e municípios cuja taxa de homicídios é preocupante, a SENASP selecionou alguns colaboradores – servidores de instituições de segurança pública do país – para iniciarem os estudos e articulações com vistas a construção do pacto. Inicialmente, foram selecionados 5 servidores de estados diferentes: Acre, Amapá, Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia.

Secretaria Nacional de Segurança Pública - SENASP
Todos os estados enviaram seus colaboradores para os trabalhos iniciais do Pacto, exceto o estado do Ceará, que deixou de enviar o tenente da Polícia Militar do Ceará Anderson Duarte, um dos editores do Policial Pensador. Coincidentemente, o estado possui a capital com a maior taxa de homicídios entre todas as capitais brasileiras no ano de 2014, segundo o 9º anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (veja a matéria sobre o caso aqui). Na justificativa para a decisão, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) alegou, em nota oficial enviada, que “A Polícia Militar do Ceará (PMCE) informa que não está autorizando  o deslocamento de oficiais para participarem de atividades fora do Estado”. Disse ainda que “os servidores que desejam participar de cursos em outros estados devem submeter a solicitação ao comando da instituição, o que não aconteceu no caso em questão”. Importante ressaltar que não se tratava de curso, mas de um chamamento do governo federal, tratado entre as duas secretarias.


Por conta da recusa em ceder o tenente para a equipe do Pacto Nacional, houve protestos nas redes sociais e no meio político cearense. O deputado estadual e capitão Wagner Sousa, que também é oficial da Polícia Militar do Ceará, fez um pronunciamento no plenário da Assembleia Legislativa ressaltando o caso (veja notícia aqui) e fez protesto nas redes sociais (veja aqui). Além disso, ainda nas redes sociais, A Associação de Profissionais de Segurança (APS) e o Comitê Cearense pela Desmilitarização da Polícia e da Política, também se manifestaram acerca do caso (veja a manifestação do Comitê aqui e da APS aqui). A imprensa local também repercutiu o fato. (Veja matéria do jornal O Povo aqui).

Nós, do Policial Pensador, lamentamos profundamente o fato e torcemos por dias melhores na segurança pública do estado do Ceará. 


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