Responsável pelo programa “Tolerância Zero” em Nova York criticou modelo das polícias brasileiras.
O Policial
Pensador já mostrou em outra postagem como funciona o programa Tolerância Zero,
bem como o quanto ele é nocivo aos grupos minoritários, sendo recusado até
mesmo por setores importantes das polícias onde foi implantado (Veja aqui).
Ainda assim, há aqueles que continuam a defender a adoção, por parte das
polícias brasileiras, de tal programa. Para estes, essa postagem tem especial
importância.
Em 02 de
dezembro de 2009, a revista Veja publicou o que chamou de “dossiê” sobre as
polícias brasileiras. Entre uma série de reportagens sobre a situação das
instituições policiais do país, está uma com o título: “O Steve Jobs da polícia”,
onde o comissário William Bratton, responsável pela implantação daquele
programa, era comparado ao grande empresário da Apple.
William Bratton (Foto: Veja) |
No entanto, suas
afirmações sobre a polícia brasileira, que permanecem atuais, mostram que não é
possível alcançar a tão propalada “eficiência policial” sem haver uma reforma
profunda no modelo institucional das polícias brasileiras. Destaca-se em sua
fala, principalmente, a necessidade de que a polícia realize o ciclo completo
de policiamento (uma mesma polícia realizando o policiamento ostensivo fardado
e as investigações), bem como a urgência de uma carreira única, possibilitando
que o policial da base possa chegar ao topo da instituição sem realizar novo
concurso. Veja o trecho:
Vocês
têm uma divisão na Polícia Militar em que os policiais são de uma classe social
diferente da dos oficiais. Os soldados não podem chegar ao topo. E os policiais
civis e investigadores são uma outra classe. Os delegados são advogados. É um
sistema extraordinariamente complexo, que não tem a equidade existente na
polícia dos Estados Unidos. Eu comecei minha carreira como policial. No Brasil,
seria um soldado de polícia. Jamais conseguiria ascender ao cargo de oficial e,
depois, ao de chefe de polícia. Seria no máximo capitão ou major. Eu teria de
ir a uma faculdade de direito para me tornar delegado. Em meu departamento,
todo investigador pode chegar ao posto mais alto da carreira policial. Não ter
chance de ascender é algo desestimulante em qualquer carreira. Não haveria por
que ser diferente na polícia.
O Policial
Pensador, embora não concorde com as táticas utilizadas pelo programa
Tolerância Zero, corrobora com a opinião de Bratton no que diz respeito à necessidade de
reforma institucional das polícias brasileiras. É necessário que existam polícias de ciclo
completo, desmilitarizadas e com carreira única, dando ao policial da base a
oportunidade de alcançar o cargo máximo de sua instituição.
Assista o vídeo da entrevista aqui:
Temos que destruir o problema é não ter medo de ser feliz, concordo plenamente com o artigo, polícia única e plano de carreira para todos, a divisão é grande e vc nunca vai a lugar nenhum, as pessoas ainda não sabem a importância da polícia, sem ela não existe democracia , nada funciona. Um país só será grande com leis rigorosas, honestidade e ética.
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