Nova lei penal torna hediondos crimes contra policiais. Veja a opinião do Policial Pensador

A presidenta Dilma Rousseff sancionou nesta segunda-feira (06/07), sem vetos, a Lei 13.142/2015, que torna crime hediondo o assassinato de policiais federais, rodoviários, civis e militares, além de integrantes das Forças Armadas, da Força Nacional de Segurança Pública e do sistema prisional, seja no exercício da função ou em decorrência do cargo ocupado. A lei também abrange os parentes até o terceiro grau dos agentes públicos citados. (Veja a lei na íntegra aqui)

O assassinato de policiais no Brasil é um problema gravíssimo. Somos o país que mais mata seus protetores. Segundo a 8ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicada em novembro de 2014, 1.170 policiais foram mortos de 2009 a 2013.
Policial Militar do Estado do Rio de Janeiro recebe honras militares em seu enterro. (Foto: Jornal do Brasil)
A lei penal aprovada ontem foi muito bem recebida no meio policial. No entanto, penso que ela mais oculta problemas do que os resolve. Ela oculta o fato de que as mortes de policiais são o resultado de uma política perversa de “guerra às drogas”, que coloca jovens, recém-ingressos nas corporações policiais e cheios de sonhos, para matar ou morrer nas comunidades pobres do país. Uma verdadeira barbárie. Oculta ainda a falta de controle sobre a entrada e circulação de armas de fogo no país, o que potencializa o risco de morte desses profissionais. (Veja matéria do Policial Pensador sobre letalidade e morte de policiais aqui).


Ao invés de penas maiores para assassinos de policiais, o Estado deveria evitar as suas mortes e valorizar realmente esses profissionais em vida. Além do fim da “guerra às drogas”, a implantação de carreira única e ciclo completo nas polícias, carga horária definida, salário compatível com a importância da função e aposentadoria especial deveriam ser as prioridades. O resto é populismo penal

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Um comentário to ''Nova lei penal torna hediondos crimes contra policiais. Veja a opinião do Policial Pensador"

Comentarios
  1. Ainda hoje pensava sobre o assunto. Nada disso seria necessário se a política de drogas fosse diferente do modelo adotado; mas os políticos querem apenas se demonstrar preocupados com seus "peões". Isso faz parte desse grande teatro que alimentamos, no qual acreditamos pertencer ao "bem", no combate ao "mal", bem que muitas vezes faz o mal e mal que é apenas uma produção da sociedade.. Mas o que importa é apenas a aparência...

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