Pela Classificação Indicativa dos Programas “Policiais”
O Policial
Pensador já se manifestou sobre o mal que os programas sensacionalistas podem
causar. O artigo “Opinião: Programas ‘Policiais’ Difundem Insegurança e Violência” foi um dos mais lidos e compartilhados do primeiro semestre, o que
mostra a concordância e a insatisfação da população com tais programas. Um dos
trechos do artigo diz o seguinte:
Diariamente, temos nossos lares invadidos por
programas chamados de “policiais” (não pensamos que sejam dignos desse nome,
pois são apenas programas sensacionalistas). A maioria dos canais abertos de
televisão possui programas do gênero, muitos exibidos em horários estratégicos,
como por volta do meio-dia, quando as famílias estão almoçando em frente à TV.
Segundo temos visto, esses programas, que se arrogam
como jornalísticos, nada mais têm sido que divulgadores do pânico e da
insegurança na população de modo geral. Seus apresentadores falam de caos e
impunidade e, entre uma barbaridade e outra, vendem produtos e se promovem
politicamente.
Programas "policiais" na visão de Carlos Latuff |
Ao pesquisarmos
sobre o tema, vimos que em 2012, no Uruguai, houve uma reclassificação do horário
em que esse tipo de programa era exibido. Em um documento, chamado “Estratégia pela vida e
pela convivência” os ministros do interior, defesa nacional e desenvolvimento
social elaboraram 15 “medidas para a convivência cidadã”, entre as quais estava
a regulação do horário de proteção às crianças e adolescentes, para que
incluísse também os programas de cunho jornalístico e informativo. A partir de
então, programas policiais não puderam ser exibidos entre 06h e 22h. (Veja o
documento aqui).
Aqui no Brasil, a
Classificação é embasada na Constituição Federal, no Estatuto da Criança e do Adolescente,
nas Portarias MJ nº 1.100/2006 e nº 1.220/2007 e no Manual da Nova Classificação
Indicativa (Portaria SNJ nº 8/2006). (Veja Manual explicativo aqui).
No estado do
Ceará, um deputado estadual já fez um requerimento ao Ministério da Justiça,
pedindo a reclassificação dos programas policiais no Brasil, mas até agora não
temos conhecimento de qualquer resposta. (Veja aqui).
A propósito, este estado tem diminuído o número de homicídios e melhorado os
indicadores de segurança, mas a população continua se sentindo insegura (Veja
matéria sobre o assunto aqui).
O mesmo deputado, ao falar sobre o caso, afirmou que “Não há diminuição de
homicídios que seja capaz de resgatar para a população a sensação de segurança,
sendo esta exposta a cinco programas diários de TV, ‘glamourizando’ a
violência”. (Veja aqui)
Ator André Mattos interpreta o Deputado e apresentador Fortunato em Tropa de Elite 2: um símbolo dos programas "policiais" (Foto: divulgação) |
Preto Zezé,
presidente nacional da Confederação Única de Favelas – CUFA, seguiu o mesmo
raciocínio, ao afirmar que “não adianta reduzir índices de homicídios no Ceará,
se essa turma continua no glamour à violência como pauta principal pra garantir
audiência!”. (Veja aqui)
Desta forma, como
ação prática, o Policial Pensador está iniciando uma petição no Avaaz, solicitando ao
Ministério da Justiça a reclassificação de tais programas na TV brasileira. A
petição pode ser acessada através do link aqui:
Contamos com a
adesão e divulgação da petição por todos.
Tem razão não tem nada haver uma novela ter classificação de 14 anos e um programa desses que passam pessoas multiladas sem cabeça ser livre para todos os públicos
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